Mini, 60: como a BMW reinventou e "gourmetizou" um clássico
(SÃO PAULO) – Aos 41 anos e com mais de 5,3 milhões de exemplares espalhados pelo mundo, o Mini como conhecíamos chegou ao fim em 4 de outubro de 2000. Não foram poucas as evoluções e correções mecânicas e atualizações estéticas, mas a essência e a construção básica eram as mesmas.
Sucessores também estiveram nos planos de Alec Issigonis e da British Motor Corporation, mas quase sempre não passavam de planos abstratos. Mas dois protótipos chegaram perto: ADO74 e ADO88. Este último acabou dando origem a outro conceito, LC8, que se converteu no Metro, lançado em 1980. Contudo, não foi um sucessor do Mini, e sim um companheiro de marca e no fim das contas durou menos do que o Mini, indo de 1980 a 1998.
Os protótipos não ganhavam vida tanto pelo sucesso do Mini (como e por que substituí-lo, afinal?) quanto pelas inúmeras fusões industriais inglesas. Em 1966, a BMC (que detinha as marcas Austin e Morris e fabricante do Mini) compra a Jaguar e então é formada a British Motor Holdings, que em 1968 se funde com a Leyland Motor Corporation (detentora das marcas Triumph, Rover e Alvis) para a criação da British Leyland Motor Corporation. A cada fusão, o sucessor do Mini deixa de ser prioridade.
Desses inúmeros casamentos nasce o Austin Rover Group, que mais tarde viraria apenas Rover Group e que produzia tanto modelos Land Rover quanto Mini, entre outros.
E foi para ter acesso a essas duas marcas que a BMW comprou o Rover Group, em 1994. A empresa alemã queria expandir seus mercados e portfólio. Da Land Rover viria a tecnologia para produzir seus próprios modelos 4×4 (seu primeiro SUV, o X5, estreia em 1999), enquanto o Mini – agora convertido em marca e rebatizado como MINI – abriria portas para o segmento de carros compactos.
Alguns conceitos surgiram antes do modelo definitivo. No Salão de Genebra de 1997, a marca apresentou a dupla Spiritual e Spiritual Too – que tinha motor traseiro e, como o original, rodas nos cantos e bom espaço interno, mas não tinha a "cara" de um Mini.
O ACV 30, também revelado naquele ano, para celebrar os 30 anos da vitória dos Mini Coper no Rali de Monte Carlo, tinha desenho mais próximo daquele que se tornaria a segunda geração do compacto inglês, que manteria a nacionalidade, mas agora produzido em Oxford.
Se o Mini clássico janelas deslizantes para reduzir peso e aumentar o espaço para os ombros dos ocupantes, rodas de 10 polegadas para não invadir a cabine e portas finas com generosos compartimentos internos, o novo Mini apresentava soluções mais condizentes com seus tempos e beneficiadas pelas tecnologias disponíveis.
Partida do motor por botão, airbags, controles do rádio no volante e outros itens de conveniência e segurança eram novidades que o original jamais sonhou em ter.
A família também cresceu nessa fase, dando origem a um SUV (Countryman), uma perua (Clubman) e até a um conversível. Na terceira geração, até quatro portas o Mini ganhou.
A dupla de motores também era nova. Desenvolvida pela BMW em conjunto com a PSA, era composta por um 1.6 de quatro cilindros, de 90 cv no MINI One e 115 cv no MINI Cooper. A versão mais extrema, John Cooper Works, chegava a 210 cv. Um carro com o conceito do Mini e o toque da engenharia da BMW não poderia entregar outro resultado senão uma sensação ao volante única e altamente divertida, mesmo nas versões de desempenho mais modesto.
Quem fecha o ciclo da segunda geração é o Paceman, em 2013.
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