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Mora nos Clássicos

Ferrari é arrematada por US$ 48 milhões e bate recorde em leilão nos EUA

Rodrigo Mora

26/08/2018 08h53

(SÃO PAULO) – Uma Ferrari GTO 1962 foi arrematada por US$ 48.405.000 (R$ 198.673.500) e agora é o carro mais caro já leiloado. Chassi número 3413 GT, foi a terceira das 36 GTOs produzidas entre 1962 e 1964 e pertencia ao colecionador Greg Whitten, ex-chefe de arquitetura de software da Microsoft. O leilão foi realizado pela RM Sotheby's, nesta sexta, durante o Pebble Beach Concours d'Elegance, em Monterey, Califórnia, EUA.

Foto: Patrick Ernzen/RM Sotheby's

Esse exemplar bate outra Ferrari GTO 1962, leiloada em 2014 por US$ 38.115.000 (R$ 156.439.200), agora a segunda no ranking das cifras. Supera, ainda, o automóvel mais caro já comercializado em uma venda privada – que, ora vejam, é uma GTO 1963, vendida em junho por US$ 70 milhões (R$ 287.308.000).

E o que, afinal, as 250 GTO têm de tão especial?

Para Shelby Myers, especialista em autos antigos da RM Sotheby's, "devido à evolução da tecnologia e das normas de segurança que se seguiram, o GTO era essencialmente o último verdadeiro carro de corrida para as ruas, marcando o fim de uma era em que os pilotos realmente sujavam as mãos. Este foi o último carro que você poderia estacionar em sua garagem, dirigir para a pista, ganhar a corrida e depois dirigir para casa".

A própria Ferrari define a GTO "o carro que resumiu melhor a filosofia da Ferrari: os mais altos níveis de desempenho e estilo".

Foto: Patrick Ernzen/RM Sotheby's

"GTO" vem do italiano "Gran Turismo Omologata", o que significa que aquelas 36 unidades do modelo criado essencialmente para as pistas podia rodar publicamente. Vale lembrar que GTs são, na essência, modelos de luxo de alta performance capazes de manter altas velocidades por longas distâncias, cuja arquitetura compreende um cupê com motor frontal e tração traseira.

É considerado, por muitos, o último GT com motor grande, no caso um 3.0 V12 de 300 cv, associado a um câmbio manual de cinco marchas. Seu design e a limitada produção também são fatores contribuintes para sua aparentemente incessável valorização.

Foto: Patrick Ernzen/RM Sotheby's

Conta também seu currículo nas pistas, que não é modesto. O milionário exemplar disputou 19 corridas, somando 16 vitórias – sendo duas na Targa Florio, uma das provas mais antigas e importantes do mundo e o título de 1962 do International Championship for GT Manufacturers.

É também um dos mais originais e conservados, segundo especialistas. Uma das três com carroceria Scaglietti, que inclui spoiler traseiro aparafusado e luzes de pisca abaixo dos faróis.

Sobre o autor

Rodrigo não Mora apenas nos Clássicos. Em sua trajetória no jornalismo automotivo, já passou por Auto+, iG, G1, Folha de S. Paulo e A Tarde - sempre em busca do que os carros têm a dizer. Hoje, reúne todos - clássicos e novos - nas páginas das revistas Carbono UOMO e Ahead Mag e no seu Instagram, @moranoscarros.

Sobre o blog

O blog Mora nos Clássicos contará as grandes histórias sobre as pessoas e os carros do universo antigo mobilista. Nesse percurso, visitará museus, eventos e encontros de automóveis antigos - com um pouco de sorte, dirigirá alguns deles também.