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Mora nos Clássicos

Ferrari de R$ 120 milhões encabeça clássicos mais caros já leiloados

Rodrigo Mora

04/03/2018 07h20

Já demos alguns exemplos internacionais e também nacionais do quanto carros clássicos valorizam com o tempo – sobretudo nos últimos dez anos. Se ainda não for o bastante, talvez essa lista dos mais caros já arrematados em leilões convença.

1 – Ferrari 250 GTO 1962: US$ 38.115.000 (R$ 123.896.619)

"Quando eu paguei US$ 48 mil pela minha 250 GTO, em 1977, me senti um muito estúpido por gastar tanto dinheiro em um carro – certamente não a comprei porque imaginei que ela valeria US$ 38 milhões quatro décadas depois", uma vez disse Nick Mason, ex-baterista do Pink Floyd e dono de uma dessas, entre outras raridades.

Além de um poderoso motor 3.0 V12, a 250 GTO tem no currículo o fato de ter sido um carro com DNA de corrida. E apenas 39 unidades foram produzidas.

Em agosto de 2014, pela Bonhams.

Ferrari 250 GTO

2 – Ferrari 335 Sport Scaglietti 1957: US$ 35.711.359 (R$ 116.083.343)

Credenciais: apenas quatro unidades fabricadas e a vitória do Grande Prêmio de Cuba de 1958, com Stirling Moss ao volante. Tem motor 4.0 V12, e antes de ir a leilão pertenceu, por 40 anos, ao industrial francês Pierre Bardinon. Concentrado nas Ferraris de competição, teve a manha de construir uma pista em casa para sentir o que é guiar um automóvel desses.

Em fevereiro de 2016, pela Artcurial.

Ferrari 335 Sport Scaglietti

3 – Mercedes-Benz W 196R 1954: US$ 29.650.095 (R$ 96.380.598)

Dizer que esse exemplar foi o bólido que vencera os GPs da Alemanha e da Suíça em 1954, guiado por ninguém menos do que Juan Manuel Fangio, dispensa qualquer outra apresentação. Mas aqui vai mais uma: seu motor 2,5 litros, de oito cilindros em linha, foi o primeiro a contar com injeção de combustível na Fórmula 1, abrindo grande vantagem para os motores carburados dominantes.

Em julho de 2013, pela Bonhams

Mercedes-Benz W 196R

4 – Ferrari 290 MM 1956: US$ 28.050.000 (R$ 91.179.330)

Mais um carro guiado por Juan Manuel Fangio, pentacampeão de Fórmula 1. Essa Ferrari foi criada para correr a edição de 1956 da lendária Mille Miglia, a terceira etapa do World Sportscar Championship, à época um campeonato tão importante quanto o da F-1. Apenas quatro foram construídas.

Em dezembro de 2015, pela RM Sotheby's.

Ferrari 290 MM

5 – Ferrari 275 GTB/4 S N.A.R.T. Spider 1967: US$ 27.500.000 (R$ 89.391.500)

Para promover a Ferrari nos EUA, o North American Racing Team (NART) foi criado, no fim dos anos 50, como uma espécie de fornecedor de carros de corrida para quem quisesse disputar campeonatos locais. Uma estreita relação com a fábrica de Maranello se criou, e o moral do NART com a Ferrari era tal que veículos especiais para andar nas ruas foram encomendados – e entregues, como essa 275 GTB/4.

Em agosto de 2013, pela RM Auctions.

Ferrari 275 GTB/4 S N.A.R.T. Spider

6 – Ferrari 275 GTB/C Speciale 1964: US$ 26.400.000 (R$ 85.815.840)

Segundo a RM Sotheby's, essa 275 GTB/C, número de chassis 06701, "é um carro cuja inclusão nestas páginas quase certamente nunca mais acontecerá, particularmente porque seus dois carros irmãos são muito improváveis ​​de se tornarem disponíveis. O chassi 06885 desde 1970 pertence ao entusiasta Preston Henn, que afirmou claramente que pretende continuar a desfrutar dessa joia. Especialistas especulam que esse pode ser o primeiro carro da história a romper a barreira dos nove dígitos, se vier a ser leiloado. O terceiro e último carro da série, o chassi 07185, também faz parte de uma coleção particular proeminente e também é muito improvável de ser colocado a venda".

No mais, sua carroceria é feita em alumínio, seu motor é um 3.2 V12 de 320 cv e seu câmbio é manual de cinco marchas.

Em agosto de 2014, pela RM Sotheby's.

Ferrari 275 GTB/C Speciale

7 – Aston Martin DBR1 1956: US$ 22.550.000 (R$ 73.301.030)

Mais um clássico de competição guiado por Sir Stirling Moss, considerado o maior dos pilotos sem um título mundial de F-1. Ao ser arrematado por essa quantia astronômica, o primeiro dos cinco DBR1 construídos entre 1956 e 1958 se tornou o mais valioso automóvel britânico já comercializado.

Em agosto de 2017, pela RM Sotheby's.

Aston Martin DBR1

8 – Jaguar D-Type 1955: US$ 21.780.000 (R$ 70.798.068)

O D-Type foi a aposta da Jaguar para vencer a história 24 Horas de LeMans, o que ele conseguiu três vezes, de 1955 a 1957. Esse é o exemplar que levou a corrida de 1956, pilotado pelo escocês Ecurie Ecosse. De acordo com a casa de leilão, "é o único D-Type vencedor de LeMans que sobreviveu intacto e permaneceu original".

Em agosto de 2016, pela Sotheby's.

Jaguar D-Type

9 – Alfa Romeo 8C 2900B Lungo Spider 1939: US$ 19.800.000 (R$ 64.361.880)

Os Alfa Romeo 8C 2900 do final dos anos 30 estavam entre os mais potentes e prestigiados esportivos de sua época, rivalizando com os icônicos Bugattis Atlantic. Esse se tornou o carro pré-guerra mais caro de todos os tempos.

Em agosto de 2016, pela Sotheby's.

Alfa Romeo 8C 2900B Lungo Spider

10 – Ferrari 250 GT SWB California Spider 1961: US$ 18.649.760 (R$ 60.622.909)

Há um punhado de histórias nessa Ferrari. Exibida no Salão de Paris de 1961, foi comprada logo em seguida pelo ator francês Alain Delon antes de passar para a garagem de Roger Baillon, onde ficou esquecida por décadas até, enfim, ser leiloada.

Em fevereiro de 2015, pela Artcurial.

Ferrari 250 GT SWB California Spider

Sobre o autor

Rodrigo não Mora apenas nos Clássicos. Em sua trajetória no jornalismo automotivo, já passou por Auto+, iG, G1, Folha de S. Paulo e A Tarde - sempre em busca do que os carros têm a dizer. Hoje, reúne todos - clássicos e novos - nas páginas das revistas Carbono UOMO e Ahead Mag e no seu Instagram, @moranoscarros.

Sobre o blog

O blog Mora nos Clássicos contará as grandes histórias sobre as pessoas e os carros do universo antigo mobilista. Nesse percurso, visitará museus, eventos e encontros de automóveis antigos - com um pouco de sorte, dirigirá alguns deles também.