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Suzuki completa 100 anos; antes de carros, empresa fabricou teares

Rodrigo Mora

31/03/2020 19h32

(SÃO PAULO) – Deveres jornalísticos me levam a outras missões durante esta crise do coronavírus. Com tempo escasso, excepcionalmente vou replicar o comunicado sobre os 100 anos da Suzuki do jeito que chegou, apenas com cortes pontuais.

"A história da Suzuki começa em 1909, numa pequena vila do litoral japonês, na região de Hamamatsu, em Shizuoka. Foi lá que Michio Suzuki (1887 – 1982), um aprendiz de carpinteiro, fundou a Suzuki Loom Works, pequena fábrica que produzia enormes teares para a indústria da seda. Artesão habilidoso, Michio revolucionou o mercado ao inventar uma máquina capaz de usar fios tingidos para fazer tecidos multicoloridos.

Fábrica da Suzuki Loom Works, em Hamamatsu (Imagem: divulgação)

A fábrica de teares continuava a prosperar em 1920, mesmo com o Japão em colapso após a Primeira Guerra Mundial. Michio Suzuki então decide transformá-la em Sociedade Anônima, e, no dia 15 de março, funda a Suzuki Loom Manufacturing Company, que estreou com um valor de mercado de 500.000 ienes.

Após cerca de 30 anos dedicados aos teares, Michio Suzuki observou que a demanda por carros era crescente no Japão e decide apostar da fabricação de automóveis. Em 1937, monta o primeiro protótipo, mas a entrada do Japão da Segunda Guerra Mundial adia momentaneamente os seus planos.

A Suzuki enfim começa a produzir veículos no início dos anos 1950. A empresa apresenta as bicicletas motorizadas Power Free, em 1952. Dois anos depois (1954) nasce a Colleda, primeira motocicleta Suzuki. E no ano seguinte (1955) a empresa lança o Suzulight, seu primeiro automóvel.

Suzulight (Imagem: divulgação)

Em 1954, a empresa é renomeada para Suzuki Motor Co., Ltd. Em 1958, a Suzuki estabelece o seu símbolo: a famosa letra "S" que identifica os veículos da empresa.

O carro mais emblemático da Suzuki nasceu no mesmo ano em que o Brasil venceu a Copa do Mundo de Futebol do México, sagrando-se tricampeão mundial e consagrando Pelé como o maior jogador do esporte. Naquele mágico 1970 para os brasileiros, a Suzuki lançava no Japão um utilitário pequeno com tração nas quatro rodas e equipado com um motor refrigerado a ar de 360 cc, com dois cilindros e 25 cavalos de potência.

Suzuki Jimny LJ10 1970 (Imagem: divulgação)

Com apenas 590 kg e equipado com rodas de 16 polegadas, o Jimny estreou em abril de 1970 no Japão e foi o primeiro veículo 4×4 produzido em série no país. Sua versão original (LJ10) atingia velocidade máxima de 75 km/h.

O primeiro Jimny trazia o estepe dentro da cabine e oferecia três assentos. A solução permitiu que o modelo fosse classificado como Kei Car, segmento de minicarros do mercado japonês que paga taxas menores. Com preços mais acessíveis, o pequeno Suzuki rapidamente se tornou um sucesso.

A Suzuki começa a sua aventura internacional em 1975, com o envio dos primeiros modelos para a Austrália. Os clientes australianos recebiam o Jimny LJ50, versão mais potente do LJ10 japonês. O modelo foi lançado com o nome Sierra.

Três anos depois, em 1977, a Suzuki chega ao concorrido mercado europeu com o Jimny LJ80, versão mais potente do SUV lançada até então. O modelo trazia um novo motor de 800 cc e quatro cilindros refrigerado a água.

Em 1981, as vendas da Suzuki cresceram exponencialmente e o faturamento da empresa atingiu um total de 500 bilhões de ienes. Em maio deste ano, a fábrica de Hamamatsu começava a produzir a segunda geração do icônico Jimny (SJ-Series). Pensado desta vez para atender também outros mercados, o modelo renasce mais comprido e largo, e com motor maior.

2ª geração do Jimny (Série SJ) foi lançada em 1981 (Imagem: divulgação)

O SJ410 estreia em 1982 com um belo design e proposta completamente diferente: era um 4×4 para recreação, pronto a superar qualquer obstáculo. A gama era versátil, com opções aberta (cabriolet) e fechada.

Dois anos depois, em 1984, é lançado o SJ413, que serviu de base para o Samurai, SUV que marcou a chegada da Suzuki nos Estados Unidos. Com preço acessível e tração nas quatro rodas, somou 47 mil unidades só no primeiro ano de vendas.

A família 4X4 da Suzuki lançou mais uma tendência em 1988 com o Vitara, SUV compacto inédito equipado com um motor 1.6 feito em alumínio. O utilitário tinha carroceria de três portas e apresentava novo estilo. Além disso, trazia equipamentos de conforto, como direção hidráulica, suspensão com ajuste mais macio e uma cabine moderna e funcional.

Vitara nasce em 1988 (Imagem: divulgação)

O Vitara seguiu evoluindo e, em 2015, ganhou a atual quarta geração, que desembarcou no Brasil já em 2016.

Com uma gama mais diversificada e modelos de volume, como os hatches Alto e Swift, a Suzuki atinge em 2002 a marca histórica de 30 milhões de veículos comercializados no mundo inteiro. Seu desempenho mais notável é no gigante mercado indiano, onde a Maruti Suzuki, criada em 1982, é líder absoluta de vendas. Em maio de 2015, a subsidiária atingiu 15 milhões de carros produzidos localmente.

A maior aventura da Suzuki no Brasil começa em 2011, com a realização do primeiro rali da marca em Campinas (SP). A edição inaugural do evento também passou pelas cidades de Joinville (SC) e Belo Horizonte (MG). Neste ano, a 50ª concessionária brasileira foi inaugurada e a Suzuki já marcava presença em 23 estados brasileiros.

Em 2012, a marca vive seu momento mais notável no país: o Suzuki Jimny passa a ser produzido na fábrica de Catalão (GO), de onde sai até os dias atuais.

O Jimny nacional recebeu diversas melhorias ao longo dos últimos anos e, em 2019, desembarcou do Japão a quarta geração do SUV, que adotou o sobrenome Sierra. Além da dupla, a marca comercializa atualmente o novo Vitara e o S-Cross".

 

 

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Sobre o autor

Rodrigo não Mora apenas nos Clássicos. Em sua trajetória no jornalismo automotivo, já passou por Auto+, iG, G1, Folha de S. Paulo e A Tarde - sempre em busca do que os carros têm a dizer. Hoje, reúne todos - clássicos e novos - nas páginas das revistas Carbono UOMO e Ahead Mag e no seu Instagram, @moranoscarros.

Sobre o blog

O blog Mora nos Clássicos contará as grandes histórias sobre as pessoas e os carros do universo antigo mobilista. Nesse percurso, visitará museus, eventos e encontros de automóveis antigos - com um pouco de sorte, dirigirá alguns deles também.