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Chrysler Imperial: conheça o clássico que fez R. Carlos 'trair' o Cadillac

UOL Carros

05/02/2020 04h00

(SÃO PAULO) – Se a Ford tem a Lincoln e a General Motors a Cadillac para alcançar o mercado de luxo, a Chrysler tivera a Imperial para distinguir seus produtos mais refinados.

De 1926 a 1954, Imperial era o modelo topo de linha da fabricante norte-americana. Que passou por muitas fases e mudou de estilo outras tantas vezes, mas nunca alcançou o status dos rivais. Somente em 1955 Imperial vira de fato a marca de luxo da Chrysler.

Imperial 1955 (Imagem: Mecum/divulgação)

O problema é que enquanto Ford e General Motors vendiam os modelos da Lincoln e da Cadillac em concessionárias exclusivas, a Chrysler oferecia tanto a linha regular quanto os luxuosos Imperial lado a lado. Talvez por isso a Imperial nunca esteve desacoplada da Chrysler no inconsciente coletivo, o que levou a maioria dos consumidores a entender que Imperial continuava a ser um modelo da gama Chrysler, e não um produto independente.

Foi assim com Roberto Carlos, por exemplo. Fã da Cadillac, o "Rei" até música já compôs para o modelo. Mas Imperial é novidade. Na última segunda-feira, o cantor postou na conta do Instagram uma foto com a seguinte legenda: "Roberto Carlos com seu novo carrão, como diz a música 'Festa de Arromba': um Chrysler Imperial 1965. Fort Lauderdale, Jan/2020". 

(Imagem: Instagram/robertocarlosoficial)

Ocorre que em 1965 não existia um Chrysler Imperial. Existiam Chryslers e existia a Imperial. Mas não as duas coisas juntas. Nem mesmo o símbolo da Chrysler o Imperial ostentava.

O primeiro Imperial, de 1955, carregava um V8 de 5,4 litros e e 225 cv. Era grande e tão resistente que fora banido das "demolition derbie", aquelas competições em que os carros se digladiam, por ser praticamente indestrutível. Apareceu em alguns filmes, como Blade Runner (1982), O Poderoso Chefão II (1974), e O Prisioneiro do Rock (1957), entre outros.

O exemplar de Roberto Carlos, de 1965, é da segunda geração, iniciada em 1957. Foi quando os Imperials – oferecidos em carrocerias de duas ou quatro portas, como sedãs ou conversíveis – ganharam uma plataforma própria, batizada de D. Os motores, todos V8, iam de um 6,4 litros a um 7,2 litros. Foi, à época, um dos maiores automóveis já produzidos. Só de entre-eixos eram 3,28 metros.

Imperial Sedan 1965 (Imagem: divulgação)

Mais duas gerações surgiram até 1975, quando a Chrysler decidiu dar um tempo com a Imperial. Um breve retorno, ainda como marca, ocorreu entre 1981 e 1983. Outro, de volta à linha Chrysler como topo de linha, foi igualmente sucinto, de 1990 a 1993.

Em 2006, Imperial virou carro-conceito que nunca foi adiante.

Chrysler Imperial Concept Car (Imagem: divulgação)

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Sobre o autor

Rodrigo não Mora apenas nos Clássicos. Em sua trajetória no jornalismo automotivo, já passou por Auto+, iG, G1, Folha de S. Paulo e A Tarde - sempre em busca do que os carros têm a dizer. Hoje, reúne todos - clássicos e novos - nas páginas das revistas Carbono UOMO e Ahead Mag e no seu Instagram, @moranoscarros.

Sobre o blog

O blog Mora nos Clássicos contará as grandes histórias sobre as pessoas e os carros do universo antigo mobilista. Nesse percurso, visitará museus, eventos e encontros de automóveis antigos - com um pouco de sorte, dirigirá alguns deles também.