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Grande encontro: três exemplares do 356 pre-A reunidos não se vê todo dia

Rodrigo Mora

13/10/2018 10h23

(SÃO PAULO) – Foi em 8 de junho de 1948 nasceu o 356 001 e com ele a Porsche enquanto fabricante e marca de automóveis. Com motor central de 1,1 litro e 35 cv, pesando 585 kg e montado com peças de Fusca adaptadas às suas intenções esportivas, o modelo de dois lugares e sem teto saiu de um galpão em Gmünd, na Áustria, refúgio da família Porsche após o fim da Segunda Guerra Mundial.

Em abril de 1950, a empresa volta para Zuffenhausen (área industrial de Stuttgart, Alemanha, onde Ferdinand Porsche abrira, duas décadas atrás, seu escritório de design) e dá início à produção em série do 356. O motor agora fica atrás do eixo traseiro e salta para 40 cavalos.

Portanto, a Porsche ainda era uma criança de três anos quando Ferry, filho de Ferdinand, decidiu inscrever a marca nas 24 Horas de Le Mans de 1951. E logo na estreia foi campeã em sua categoria, com um 356 marcando 122 km/h de velocidade média. Era o início de uma das trajetórias mais vitorias de um fabricante no circuito francês.

Pouco menos de três meses após a vitória na corrida mais desafiadora do mundo, nasceu o modelo abaixo.

O mais velho da turma nasceu em 5 de setembro de 1951 (Foto: Maurício Marx)

Pintado de preto, deixou a linha de produção em 5 de setembro de 1951 direto para um revendedor de Porsches e Volkswagens em Stuttgart. Seus passos até o desembarque no Brasil são desconhecidos. Por ora, continuará assim, sem janelas, puído, aguardando uma restauração. Que um dia chegará, mas não agora.

Quem acabou de ser restaurado foi o cupê azul, saído da linha de montagem de Zuffenhausen (área industrial de Stuttgart, na Alemanha) a 23 de janeiro de 1952. Essa cintilação toda vem de um trabalho de três anos e meio de restauro minucioso.

Recém restaurado, esse saiu da linha de produção em 23 de janeiro de 1952 (Foto: Maurício Marx)

Podem chamar o conversível (que nasceu na cor "Fashion Grey" em 7 de março de 1952 apenas com um rádio como opcional) de "Veio Zuza" – apelidado assim por seu dono, Maurício Marx. É a celebridade do trio: em 1958, participou da 1ª Subida de Montanha na Estrada de Santos, no litoral paulista.

Sem frescura: esse 356 é usado frequentemente por seu dono (Foto: Maurício Marx)

Também foi o carro que Christian "Bino" Heins disputou algumas provas por aqui. Heins é considerado um dos grandes responsáveis pela consolidação do automobilismo brasileiro e foi referência para nomes como Emerson Fittipaldi, Wilson Fittipaldi e José Carlos Pace – só para citar os que chegaram à Fórmula 1 daquela geração. Heins morreu após sofrer um acidente na edição de 1963 das 24 Horas de Le Mans.

Esses três 356 pré-A Split Window, com carroceria Reuter, pertencem à mesma coleção – daí a raridade desse encontro.

 

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Sobre o autor

Rodrigo não Mora apenas nos Clássicos. Em sua trajetória no jornalismo automotivo, já passou por Auto+, iG, G1, Folha de S. Paulo e A Tarde - sempre em busca do que os carros têm a dizer. Hoje, reúne todos - clássicos e novos - nas páginas das revistas Carbono UOMO e Ahead Mag e no seu Instagram, @moranoscarros.

Sobre o blog

O blog Mora nos Clássicos contará as grandes histórias sobre as pessoas e os carros do universo antigo mobilista. Nesse percurso, visitará museus, eventos e encontros de automóveis antigos - com um pouco de sorte, dirigirá alguns deles também.