Como carros de coleção se entenderão com as placas do Mercosul?
Rodrigo Mora
09/03/2018 07h00
Como ficarão as placas dos carros de coleção a partir do dia 1o de setembro, quando entra em vigor o padrão Mercosul de identificação?
Já adotadas na Argentina e no Uruguai, todas terão fundo branco, com quatro letras e três números (podendo estar intercalados) e o que muda é a cor dos caracteres. No caso das chapas de clássicos, serão prateados.
Não deve haver preocupação estética em relação ao tamanho, já que o novo modelo terá as mesmas medidas do atual, 40 cm de comprimento por 13 cm de largura.
Quanto ao valor da placa em si, "os itens de segurança incorporados têm baixo custo e a sua aplicação não deve interferir de forma expressiva no preço final. Estudos técnicos realizados previamente mostram que haverá uma redução em comparação aos valores praticados atualmente", diz o Denatran.
Na prática, há três casos distintos quando se trata dos clássicos. 1) Carros que já ostentam placas pretas podem ficar com elas até 2023 – salvo se trocarem de dono ou município. 2) Aqueles importados, portanto estreando uma placa brasileira, já devem adotar o padrão Mercosul. Idem para os que ainda ostentarem placas amarelas (são raros, mas existem). 3) Seu carro foi fabricado em 1988 e o Certificado de Originalidade foi expedido depois de 1o de setembro? Placa nova nele.
Lembrando que veículos de coleção são aqueles com 30 anos de fabricação, 80% de originalidade e conservação e integrantes de um clube associado à Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA).
E uma curiosidade. "Tínhamos pleiteado em 2014, quando se começou a conversar sobre novas placas, que veículos de coleção, além de adotarem o novo padrão, carregassem no lugar do brasão do município o brasão da FIVA (Fédération Internationale des Véhicules Anciens, a entidade máxima do antigomobilismo), que é um calhambeque. No caso de Hot Rods e modelos artesanais, haveria um brasão específico. Tinha sido inclusive aprovado na comissão temática do Denatran e seguiria para o Contran", revela Roberto Suga, presidente da FBVA.
Como se vê, não foi adiante.
Sobre o autor
Rodrigo não Mora apenas nos Clássicos. Em sua trajetória no jornalismo automotivo, já passou por Auto+, iG, G1, Folha de S. Paulo e A Tarde - sempre em busca do que os carros têm a dizer. Hoje, reúne todos - clássicos e novos - nas páginas das revistas Carbono UOMO e Ahead Mag e no seu Instagram, @moranoscarros.
Sobre o blog
O blog Mora nos Clássicos contará as grandes histórias sobre as pessoas e os carros do universo antigo mobilista. Nesse percurso, visitará museus, eventos e encontros de automóveis antigos - com um pouco de sorte, dirigirá alguns deles também.