Chrysler Imperial: conheça o clássico que fez R. Carlos 'trair' o Cadillac
(SÃO PAULO) – Se a Ford tem a Lincoln e a General Motors a Cadillac para alcançar o mercado de luxo, a Chrysler tivera a Imperial para distinguir seus produtos mais refinados.
De 1926 a 1954, Imperial era o modelo topo de linha da fabricante norte-americana. Que passou por muitas fases e mudou de estilo outras tantas vezes, mas nunca alcançou o status dos rivais. Somente em 1955 Imperial vira de fato a marca de luxo da Chrysler.
O problema é que enquanto Ford e General Motors vendiam os modelos da Lincoln e da Cadillac em concessionárias exclusivas, a Chrysler oferecia tanto a linha regular quanto os luxuosos Imperial lado a lado. Talvez por isso a Imperial nunca esteve desacoplada da Chrysler no inconsciente coletivo, o que levou a maioria dos consumidores a entender que Imperial continuava a ser um modelo da gama Chrysler, e não um produto independente.
Foi assim com Roberto Carlos, por exemplo. Fã da Cadillac, o "Rei" até música já compôs para o modelo. Mas Imperial é novidade. Na última segunda-feira, o cantor postou na conta do Instagram uma foto com a seguinte legenda: "Roberto Carlos com seu novo carrão, como diz a música 'Festa de Arromba': um Chrysler Imperial 1965. Fort Lauderdale, Jan/2020".
Ocorre que em 1965 não existia um Chrysler Imperial. Existiam Chryslers e existia a Imperial. Mas não as duas coisas juntas. Nem mesmo o símbolo da Chrysler o Imperial ostentava.
O primeiro Imperial, de 1955, carregava um V8 de 5,4 litros e e 225 cv. Era grande e tão resistente que fora banido das "demolition derbie", aquelas competições em que os carros se digladiam, por ser praticamente indestrutível. Apareceu em alguns filmes, como Blade Runner (1982), O Poderoso Chefão II (1974), e O Prisioneiro do Rock (1957), entre outros.
O exemplar de Roberto Carlos, de 1965, é da segunda geração, iniciada em 1957. Foi quando os Imperials – oferecidos em carrocerias de duas ou quatro portas, como sedãs ou conversíveis – ganharam uma plataforma própria, batizada de D. Os motores, todos V8, iam de um 6,4 litros a um 7,2 litros. Foi, à época, um dos maiores automóveis já produzidos. Só de entre-eixos eram 3,28 metros.
Mais duas gerações surgiram até 1975, quando a Chrysler decidiu dar um tempo com a Imperial. Um breve retorno, ainda como marca, ocorreu entre 1981 e 1983. Outro, de volta à linha Chrysler como topo de linha, foi igualmente sucinto, de 1990 a 1993.
Em 2006, Imperial virou carro-conceito que nunca foi adiante.
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