De volta para o futuro: DeLorean deve retomar produção do DMC-12
(SÃO PAULO) – A história da DeLorean começa em meados dos anos 1970, quando John Zachary DeLorean (1925 – 2005) deixou o confortável cargo de vice-presidente da General Motors para concretizar o sonho de construir seu próprio automóvel. No seu entendimento, seria o primeiro "esportivo ético", ao aliar desempenho, segurança e economia de combustível.
Fundada em 1978, expeliu o primeiro DMC-12 da fábrica em Belfast, na Irlanda do Norte, em 21 de janeiro de 1981. Potencial o carro de aço inoxidável tinha, pois fora projetado por Colin Chapman, o gênio por trás dos Lotus da F-1, e desenhado por Giorgetto Giugiaro. Uma empresa foi criada para desenvolver novos materiais de construção.
Contudo, tratava-se de um carro problemático. A começar pela carroceria, cara tanto para quem a produzia quanto para o proprietário consertar, num eventual acidente. As pesadas portas do tipo "asa de gaivota" eram um infortúnio no dia a dia. E o motor 2.8 V6, fruto de uma união entre Peugeot, Volvo e Renault, era robusto apenas no papel, já que rendia apenas 145 cv – pouco para um carro que custava US$ 25 mil, enquanto um Chevrolet Corvette saía por US$ 18 mil.
A extrema-unção veio após o envolvimento de John DeLorean num esquema de tráfico de drogas. Cerca de 8.500 unidades haviam sido fabricadas.
Fadado ao anonimato, o DMC-12 foi "resgatado" pela trilogia De Volta Para O Futuro (1985), que não apenas ressuscitou o modelo quanto o imortalizou. É impossível pensar no filme sem lembrar do carro – e vice versa.
De volta para o presente
Item de coleção desde que virou estrela de cinema, o DMC-12 agora pode voltar a ser produzido. É uma tentativa da DeLorean Motor Company desde 2016. A nova dona da marca DeLorean, sediada no Texas (EUA), estava amparada por um projeto de 2015 que favorecia fabricantes de baixo volume. A proposta era permitir a esse tipo de empresa construir até 325 carros por ano, que não estariam submetidos, como os demais, às diretrizes de segurança e emissões de poluentes.
Ocorre que o National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), responsável pela segurança viária dos EUA, não apresentou as diretrizes exatas para que o projeto virasse de fato lei, o que deveria ter acontecido até dezembro de 2016.
Mas após uma ação movida pela Specialty Equipment Manufacturing Association (mais conhecida como SEMA, que promove o maior evento de carros modificados do mundo), o NHTSA enfim divulgou um documento com os parâmetros para aderir ao projeto.
Segundo informações da seguradora norte-americana Hagerty, que conversou com o vice-presidente da DeLorean, seriam produzidas cerca de duas unidades por semana, a partir de 2021. O motor seria substituído por um mais potente, de 300 a 350 cv, enquanto o interior receberia um trato mais moderno. Mas as carrocerias seriam as mesmas, sobras das antigas fornadas de DMC-12.
Quem tem, gosta
O colecionador Fernando Silotto é um dos poucos que têm um DMC-12 no Brasil. "É surreal. foi um divisor de águas na minha vida, prestes a fazer 40 anos, poder realizar esse sonho. Com ele aprendi a mexer na parte mecânica, o que eu nunca tinha feito, porque ele é meu primeiro antigo", conta.
Perrengues foram apenas três, em três anos de convivência com o DeLorean. "Uma vez deu problema na ventuinha e aqueceu. Em outra, quebrou um parafuso da suspensão traseira. E o terceiro guincho foi quando a mangueira do combustível ressecou e rachou", relembra Silotto.
E dizem que a comunidade dos proprietários de DeLorean é unida, se ajudando e trocando informações sobre o modelo.
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