Martini Racing ou Gulf Oil: qual sua pintura preferida do Porsche 917?
(SÃO PAULO) – Depois de lançar um "Top 5" com os modelos preferidos de Wolfgang Porsche – filho de Ferry e neto de Ferdinand – e outro com os exemplares mais caros da empresa, agora a fabricante alemã enfileira as cinco "liveries" mais emblemáticas do 917. Por "liveries", entenda-se pintura, mas não a convencional, e sim temática.
Não que outros carros de corrida da Porsche – 908, 935, 936, 962, 911 GT1 – sejam banais ou ordinários, mas nenhum tem a aura do 917.
Sua primeira aparição pública foi no Salão de Genebra de 1969, mensageiro de um objetivo irredutível: vencer as 24 Horas de Le Mans. A estreia nas pistas, ainda em 1969, já veio com a vitória nos 1.000 km de Zeltweg, na Áustria.
Mas foi só em junho do ano seguinte que o 917 cumpriu sua missão, pilotado por Hans Herrmann e Richard Attwood, que se revezavam entre pilotar, comer, beber, mijar, cagar e dormir. Fora a principal conquista da Porsche no esporte a motor até então. Missão cumprida também em 1971, guiado por Helmut Marko (hoje o chefão da Red Bull na Fórmula 1) e Gijs van Lennep.
Curioso é que o 917 quase não existiu. "Em 1968, a FIA alterou os regulamentos do Campeonato Mundial de Automobilismo do nada e o limite de deslocamento foi aumentado de três para cinco litros. Isso significava que o Porsche 908 de três litros só era competitivo em uma extensão limitada. Era necessário um carro novo de cinco litros", explica a marca. Por isso apenas nove meses separam os primeiros rabiscos de sua apresentação em Genebra.
Anunciado o novo regulamento, a equipe de engenheiros então começou a desenvolver um chassi tubular, de apenas 45 kg, envolto por uma carroceria de fibra de vidro. O motor era um descomunal 4.5 V12, de 580 cv, capaz de levar o bólido a velocidades alucinantes. "A traseira do veículo ficava extremamente irregular a 350 km/h e até flutuava se você freasse com muita força. A 380 km/h, tinha que tirar o pé do acelerador", relembra Kurt Ahrens, um dos pilotos de teste do 917. E todos os ineditismos tecnológicos tinham a aprovação de Ferdinand Piëch, neto de Porsche e então diretor de engenharia da empresa.
Na verdade, o motor era a união de dois blocos de 2,25 litros de seis cilindros horizontalmente opostos (flat), por vezes classificado pela própria Porsche como um V de 180 graus de abertura.
Provável que o 917 conquistasse outras vitórias em Le Mans, se tivesse continuado na categoria: "após a temporada de 1971, os regulamentos do Campeonato Mundial de Automobilismo foram alterados mais uma vez e o 917 não era mais elegível para participar. Mas continuou a vencer na série Can-Am, na América do Norte, e na Interserie, na Europa, somando 37 vitórias até 1975″, relembra a Porsche.
Antes de se aposentar, o 917 se multiplicou por 65 vezes.
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