Fiat Uno completa 35 anos; listamos três clássicos e três raridades
(SÃO PAULO) – Chevrolet Monza e Ford Escort já estavam por aqui quando o Uno estreou, em 1984, e portanto o mercado brasileiro já sabia o que eram carros globais produzidos localmente. Mas o que o compacto da Fiat fez de mais relevante foi apresentar ao segmento de entrada soluções inovadoras para a categoria, como um real aproveitamento de espaço interno, suspensão independente nas quatro rodas, limpador de para-brisa de braço único e, o principal, motor 1.0.
Desenhado pelo estúdio Italdesign, de Giorgietto Giugiaro, o Fiat Uno foi eleito em 1984 Carro do Ano na Europa, onde resistiu até 1995. Quando saiu de linha no Brasil, com a edição especial Grazie Mille, em dezembro de 2013, somava 3.638.669 unidades vendidas no mercado nacional.
S, CS e SX foram as versões estreantes, mas ao longo de quase 30 anos o hatch teve cerca de 20 nomenclaturas que classificaram seu nível de acabamento e a motorização. Entre as mais raras estão:
SX (1984)
O Uno SX (de "Sport Experimental") era equipado com um motor 1.3 de 71 cv. Topo de linha, trazia calotas, faróis de longo alcance embutidos no para-choque e um painel mais completo, com direito a conta-giros e manômetro do óleo. Em 1987 saiu de cena para que o 1.5R assumisse o papel de esportivo da família mais devidamente.
Mille Brio (1991)
O Mille havia estreado em agosto de 1990, com motor de 994 cm3 e câmbio manual de quatro marchas (o de cinco era opcional). Em junho do ano seguinte, o Mille Brio tentava fazer jus ao sobrenome com um carburador duplo, taxa de compressão elevada e um novo comando de válvulas. O resultado foi um salto de 48,5 cv para 54,4 cv de potência. Para diferenciá-lo, havia discretos adesivos laterais com a inscrição "Brio", volante espumado e centro dos bancos e painel das portas com novo revestimento.
SX Young (1997)
Equipado com motor injetado (recurso que estreara em 1995 nas versões EP e i.e. e que elevava a potência aos 58 cv), o Uno ganhava uma versão intermediária de acabamento, a SX Young. O destaque eram os adesivos na carroceria e o revestimento exclusivo dos bancos e painéis de porta, com aspecto mais colorido. Mas logo em 1998 a SX deu lugar à EX, que em 2000 foi sucedida pela configuração Smart.
E há também Unos que já são clássicos, tecnicamente ou moralmente.
Turbo (1994)
Produzido entre 1994 e 1996, foi o sonho de uma geração, provavelmente o Uno mais desejado de todos. Mais uma vez a Fiat inovava, agora com o primeiro motor com turbocompressor original de fábrica, no caso um 1.4 importado da Itália, com 118 cv e 17,5 kgfm de torque. Capaz de chegar aos 195 km/h de máxima e romper os 100 km/h em 9,2 segundos, foi um dos nacionais mais rápidos da época. No interior, chamavam a atenção o volante de três raios exclusivo, os bancos envolventes, os cintos na cor do carro e o painel de instrumentos completo.
1.5R (1987)
A versão 1.5R provou que um Uno esportivo acessível era receita viável e atraente. Equipado com motor 1.5 a álcool, de 86 cv e 12,9 kgfm de torque, o hatch acompanhava rivais como Escort XR3. A roupagem esporte estava nas calotas, nas faixas laterais, no spoiler traseiro e na tampa do porta-malas sempre em preto-fosco. Na cabine, cintos de segurança pintados em vermelho e volante de quatro raios eram os destaques. Na linha 1990, o 1.5R passa o bastão para o 1.6R, de 88 cv.
Mille (1990)
Foi nada menos do que o modelo que abriu as portas de um segmento que chegou a representar 70% do mercado nacional. O Mille nasceu de uma mudança tributária do governo Collor, que reduziu de 40% para 20% a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), válida apenas para carros com motores de 800 cm3 a 1.000 cm3. A Fiat então resgatou o antigo propulsor Fiasa do 147 e reduziu seu tamanho, de 1.049 cm3 para 994 cm3. Claro que uma depenada nos equipamentos foi necessária – entre elas, a retirada do retrovisor direito.
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