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Mora nos Clássicos

Há trinta anos, Gol GTi estreava injeção eletrônica entre os nacionais

Rodrigo Mora

31/01/2019 07h00

(SÃO PAULO) – "Com o lançamento oficial do Gol GTi, dia 23 de janeiro, a Volkswagen entra definitivamente na era da eletrônica embarcada. É a primeira indústria automobilística nacional a colocar no mercado o monitoramento ou gerenciamento eletrônico do motor, que incorpora a injeção eletrônica LE-Jetronic e o sistema de ignição por mapeamento, tipo EZ-K, incluindo dois computadores que proporcionam ao automóvel condições ideais de funcionamento: respostas rápidas ao comando do motorista, sem falhas, partida fácil no frio, maior potência, gasto reduzido de combustível e menor emissão de poluentes", dizia o comunicado à imprensa, datado de 19 de janeiro de 1989.

Há 30 anos, Gol GTi estreava no mercado nacional (Imagem: divulgação)

A estreia do primeiro carro nacional com injeção eletrônica havia sido no Salão do Automóvel do ano anterior. Pintado na mítica cor Azul Mônaco, o Gol GTi e seu motor 2.0 de 120 cavalos e 18,4 kgfm de torque (brutos) foram as estrelas do evento – que ainda teve os Chevrolet Monza EFI e Veraneio como destaques. Dados do fabricante registravam velocidade máxima de 185 km/h e 0 a 100 km/h em 8,8 segundos, números impressionantes para a época.

Motor 2.0 gerava 120 cv brutos (Imagem: divulgação)

O Gol GTi se diferenciava dos Gols mortais por trazer aerofólio na cor da carroceria, lanternas traseiras com a parte superior em acrílico "fumê", para-choques e laterais inferiores das portas em material cinza e, claro, os logotipos "GTi". A Volks o tratava como "carro exclusivo, de produção limitada": apenas 2.000 unidades foram feitas em 1989.

Painel era completo de informações (Imagem: divulgação)

Custando Cz$ 19.300.000 – "faixa de preço onde estão as versões mais requintadas do mercado, como o Santana e a Quantum", como relembra o comunicado da VW –, o GTi justificava o preço equivalente a R$ 140 mil com equipamentos exclusivos, como antena de rádio em fibra de vidro (importada, fazia par com o toca-fitas Bosch Rio de Janeiro PLL), vidros e espelhos elétricos, volante, manopla e coifa da alavanca do câmbio revestidos em napa; assoalho acarpetado e laterais internas no mesmo tecido cinza dos bancos.

Bancos do GTi são genuinamente esportivos (Imagem: divulgação)

Ah, os bancos do GTi…produzidos pela Recaro, abraçavam bem o motorista (como pude comprovar nesse breve passeio ao volante de um modelo 1990) com salientes abas laterais e extensor de assento, item raro até hoje. O único opcional era o ar-condicionado.

A briga do GTi era com Chevrolet Kadett GS e Ford Escort XR3, ainda carburados. Na linha 1991 veio a primeira reestilização, e o Gol ganhou novas rodas (as famosas Orbitais) e uma frente com faróis mais afilados – além de novas cores, como amarelo, vermelho e preto.

Em 1991, reestilização "achata" faróis do GTi (Imagem: divulgação)

O último Gol GTi dessa primeira geração se despede em 1994, pois a linha 1995 estreava o Gol "bolinha". O Gol GTI (sim, agora com o "ï" em maiúsculo) volta a revolucionar no segmento, agora com o motor 2.0 16 válvulas.

Gol GTI 1995 (Imagem: divulgação)

 

Sobre o autor

Rodrigo não Mora apenas nos Clássicos. Em sua trajetória no jornalismo automotivo, já passou por Auto+, iG, G1, Folha de S. Paulo e A Tarde - sempre em busca do que os carros têm a dizer. Hoje, reúne todos - clássicos e novos - nas páginas das revistas Carbono UOMO e Ahead Mag e no seu Instagram, @moranoscarros.

Sobre o blog

O blog Mora nos Clássicos contará as grandes histórias sobre as pessoas e os carros do universo antigo mobilista. Nesse percurso, visitará museus, eventos e encontros de automóveis antigos - com um pouco de sorte, dirigirá alguns deles também.