Seguradora elenca 10 carros para se divertir e ganhar dinheiro em 2019
(SÃO PAULO) – Hagerty é uma companhia de seguros especializada em carros clássicos, sediada nos EUA. Desde sua fundação, em 1984, virou uma das referências quando é preciso consultar valores de veículos antigos. Na sua avaliação, estes são os carros pra ficar de olho em 2019.
BMW 3.0 CSL de 1972 a 1975 – "O avô dos BMW da divisão M, na essência um confortável GT. Não são comuns, e seus valores subiram 10% nos últimos 12 anos. Ainda que estejam na casa dos US$ 250 mil, acreditamos que ainda há espaço para crescer".
Entre o fim da década de 1960 e o começo da de 1970, a BMW desenvolveu um modelo para disputar campeonatos de turismo mundo afora. Mas, para isso, o regulamento da competição determinava que os carros só poderiam participar mediante homologação para andar em vias públicas. Daí nasce o CSL, em 1971, baseado no CS – o L acrescentado ao nome significa Leicht, "leve" em alemão.
Equipado com um 3.0 de seis-cilindros em linha de 206 cv, o CSL foi construído com um tipo de aço mais fino, abriu mão de quase todo isolamento acústico e também de alguns equipamentos (como direção hidráulica e tapetes) e trocou as janelas de vidro por outras de acrílico, entre outras alterações. Proibido na Alemanha naqueles tempos, o aerofólio saía de fábrica no porta-malas, para que os donos do carro instalassem por conta própria. Apenas 1.265 exemplares do CSL foram produzidos.
Porsche Boxster de 1997 a 2004 – "O grande número de carros construídos e alguns conhecidos problemas de qualidade significam que os valores para este genuíno filho de Stuttgart se depreciaram a ponto de o levarem a um território amplamente acessível. Você curte as delícias de um Boxster enquanto desfruta da ergonomia quase perfeita serpenteando sua estrada favorita – tudo por US$ 15 mil, ou menos".
Primeiro Porsche a trocar números por uma palavra no nome, o Boxster chegou para ampliar a linha um tanto defasada da marca naquela metade dos anos 1990. Respeitando a hierarquia da empresa, jamais desafiou o lendário 911: embora mais equilibrado por conta do motor central (e não traseiro), sempre se manteve mais modesto em relação à potência do motor – tanto que o 2,5 litros de estreia recebeu muitas críticas. O problema foi resolvido com a versão S, dotada de um 3.4 de 310 cv.
Saleen Mustang de 1984 a 1993 – "Não deixe passar a oportunidade se encontrar um Mustang da versão Saleen. Absolutamente carros de corrida pra as ruas, esses primeiro Saleens ainda estão sendo negociados por não muito mais do que um Mustang GT. Por enquanto. Não diga que não avisamos".
Chevrolet Corvette Grand Sport 1996 – "Apenas 1.000 exemplares construídos em um ano significa que eles são raros, rápidos e distintos. Na maioria dos carros, esses fatores adicionam valor. E a maioria dos Grand Sports foram tratados como colecionáveis desde novos, o que quer dizer que há vários deles com pouca quilometragem".
A receita é manjada, mas quem diz que não funciona? Se despedindo da quarta geração, o cupê ganhou visual exclusivo, interior em couro vermelho e, para fazer jus ao sobrenome do Corvette de corrida de 1963, pneus mais largos e um pouco mais de potência, elevando o 5.7 V8 de 300 para 330 cavalos.
Subaru Impreza WRX STI de 2004 a 2007 – "As versões da vida real com as quais jogávamos "Need For Speed" eram muito caras para os garotos que as desejavam. Mas, assim que esses garotos ficaram mais velhos e fizeram dinheiro, os carros ficaram mais velhos e mais baratos. Bons exemplos são difíceis de achar hoje em dia, mas eles são muito mais valiosos".
No final dos anos 1980, a marca japonesa formou a Subaru Tecnica International, responsável pelo desenvolvimento dos carros do WRC (World Rally Championship), o campeonato mundial de rali. Deu tão certo (entre 1995 e 1997, foram três títulos consecutivos) que a STI passou a cuidar também das versões esportivas dos modelos de rua. A receita básica não mudou até hoje: motor turbo (nesse modelo das fotos, 300 cv) e tração nas quatro rodas.
Toyota MR2 de 1985 a 1989 – "Um dos favoritos das revistas de carro quando novo, que representa todas as coisas legais do design dos anos 1980. Carros em bom estado ainda estão abaixo dos US$ 15 mil, mas as altas chegam a 25%".
Apresentado no Salão de Tóquio de 1983, o MR2 provava – talvez até para a própria Toyota – que a empresa japonesa sabia fazer carros destinados a quem gosta de dirigir. Seu desenvolvimento, que levou sete anos, teve a participação de um engenheiro de suspensão da Lotus e de Dan Gurney, lenda do automobilismo norte-americano (venceu corridas da F1, da Nascar, da Indy e as 24 Horas de Le Mans de 1967), falecido no ano passado. Seu nome traduz suas características: motor central (mid-engine), tração traseira (rear-wheel-drive) e lugar para dois ocupantes.
Dodge RAM SRT10 de 2004 a 2006 – "Nossas cotações de seguro aumentaram 40%, e 61% dessas consultas vêm das gerações X e Millennials, o que significa que os interessados têm menos de 55 anos. E os valores nos leilões estão subindo 15%".
O que dizer de uma picape que empresta o motor 8.3 V10 de 510 cv do Viper? Em 2004, foi parar no Guinness Book, ao romper os 248 km/h em um quilômetro, superando a rival Ford SVT Lightning. Claro que o preço era alto, já que seu consumo médio era de 3,2 km/l.
Ford Bronco de 1980 a 1986 – "Simplicidade do período jurássico, peças disponíveis na mercearia, um clássico que transporta seus cães. Não houve uma grande diferença de desempenho entre todos os anos do modelo, então não há uma grande queda nos valores dos anos 1970 para os anos 1980. Millennials são duas vezes propensos a cotar uma terceira porque são mais baratos, tipo uns US$ 15 mil".
Produzido entre 1965 a 1996, ficou famoso por protagonizar, em 17 de junho de 1994, aquela que é considerada a mais famosa perseguição policial: acusado de matar a ex-esposa, o ex-jogador de futebol americano O.J. Simpson foge da polícia escondido no porta-malas do Ford Bronco branco do seu amigo, Al Cowlings.
Pontiac G8 GXP de 2008 a 2009 – "O último urro da marca, o GXP foi o único G8 disponível com transmissão manual. Membros do fã-clube da Pontiac são alucinados por seus carros, e quando a marca foi descontinuada, eles enlouqueceram e ficaram ainda mais fissurados. Os valores subiram 10% no último ano".
Sua receita é cada vez mais rara: sedã, motor V8 (um 6.2 de 400 cv) e câmbio manual (seis marchas). Sua missão? Andar lado a lado de BMW M5 e Mercedes-Benz E63 AMG, oferecendo os mesmos níveis de conforto e espaço interno custando a metade do preço. Só falta o status. E se você ainda não lembrou de onde conhece esse modelo, vou refrescar sua memória: essa é a versão da Pontiac para a última geração vendida no Brasil do Chevrolet Omega.
Buick Roadmaster Estate Wagon de 1994 a 1996 – "Os valores estão depreciados e nós não os vemos nos leilões ainda. Mas, eles são cultuados nas mídias sociais, e não há para onde os Roadmasters irem senão para cima".
Topo de linha da Buick, o Roadmaster viveu de 1991 a 1996. Sua plataforma, a GM B, serviu a inúmeros modelos das diversas marcas da General Motors, como Oldsmobile, Chevrolet e Cadillac. Estima-se que quase 13 milhões de automóveis da empresa norte-americana foram construídos sobre tal base. Motor e câmbio, 5.7 V8 e automático de quatro marchas, também eram veteranos.
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