Topo

Mora nos Clássicos

Mustang já foi "boladão", mas também "franguinho"

Rodrigo Mora

28/03/2018 11h46

Até, finalmente, desembarcar no Brasil, o Mustang percorreu um longo caminho. Daria, como deu, dezenas de livros. Aqui, apenas um resumo.

Em 1964, surge para conquistar os jovens norte-americanos que queriam carros totalmente diferentes daqueles que seus pais tinham: nada de modelos com desenhos rebuscados, excesso de cromados e, não raro, mais de seis metros de comprimento.

Ford Mustang 1964

Custando na sua versão de entrada US$ 2,5 mil, o novato Ford era compacto e relativamente potente, com uma gama extensa de motores, indo desde um 2.8 de seis cilindros e modestos 101 cv, até um mais poderoso 4.7 V8 de 271 cv. A receita foi certeira: no primeiro dia de vendas, a Ford recebeu cerca de 22 mil encomendas do carro.

Em 1967, cresce em tamanho e potência, e depois em 1969 também. Nessa fase, assume de vez o papel de "muscle car". É também quando surgem versões anabolizadas, como Boss e Mach I.

Ford Mustang Boss 302

Mas, nem sempre a história do Mustang foi escrita com gasolina nas veias: a crise do petróleo obriga as marcas norte-americanas a adaptarem seus carros à nova realidade, e o Mustang entra na mais decepcionante fase no modelo 1974.

Ford Mustang 1974

Sem a identidade original, as segunda e terceira gerações se arrastam melancolicamente até 1993, quando o Mustang resgata sua virilidade estética. E a quarta sagra-se pelo uso de propulsores mais convincentes, como o V8 de 305 cv da variante SVT Cobra.

Ford Mustang GT 1994

É na quinta que o Mustang se aproxima do que é hoje, com desenho fortemente influenciado pelos primeiros modelos – característica descrita pelo vice-presidente de design da marca, J. Mays, como "retro-futurismo". De lá até 2014, quando a atual geração é revelada, o esportivo passou por duas reestilizações e atualizações de motores, sendo o mais potente um 5.8 V8 Supercharged, de incríveis 671 cv, quase três vezes mais potente que o primeiro Mustang.

Ford Mustang 2005

 

Sobre o autor

Rodrigo não Mora apenas nos Clássicos. Em sua trajetória no jornalismo automotivo, já passou por Auto+, iG, G1, Folha de S. Paulo e A Tarde - sempre em busca do que os carros têm a dizer. Hoje, reúne todos - clássicos e novos - nas páginas das revistas Carbono UOMO e Ahead Mag e no seu Instagram, @moranoscarros.

Sobre o blog

O blog Mora nos Clássicos contará as grandes histórias sobre as pessoas e os carros do universo antigo mobilista. Nesse percurso, visitará museus, eventos e encontros de automóveis antigos - com um pouco de sorte, dirigirá alguns deles também.