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Mora nos Clássicos

Réplica, Ferrari de 'Curtindo A Vida Adoidado' é vendida por R$ 1,6 mi

Rodrigo Mora

20/01/2020 07h00

(SÃO PAULO) – Uma das Modena Spyder California filmadas em Curtindo A Vida Adoidado (Ferris Bueller's Day Off no original) foi arrematada sábado, nos EUA, por US$ 396.000, o equivalente a R$ 1,64 milhão. No filme, o conversível ganha protagonismo quando Cameron Frye (Alan Ruck) passa o dia gazeteando no banco de trás do esportivo com o melhor amigo Ferris Bueller (Matthew Broderick) ao volante. De volta à garagem de casa, Frye tenta voltar a quilometragem do odômetro e acaba destruindo a joia do pai.

(Imagem: divulgação)

Segundo a leiloeira Barrett-Jackson, esta unidade "é a primeira das três vendidas à Paramount", a distribuidora do filme, e "foi recentemente restaurada por Neil Glassmoyer, um dos fundadores da Modena Design", que vem a ser a fabricante da réplica.

A réplica de uma Ferrari 250 GT California Spider não foi a primeira escolha para o papel do veículo que levaria os rapazes e a namorada de Bueller, Sloan (Mia Sara), pelas ruas de Chicago após fugirem da aula. Esse carro seria um Mercedes-Benz contemporâneo.

(Imagem: divulgação)

Logo o diretor John Hughes – lenda dos filmes de comédia adolescente – entende que não se criaria o drama necessário. Roubar a Mercedes do pai para matar aula é apenas contraventor, mas roubar uma Ferrari é um pecado mortal. 

Contudo, embora naquela primeira metade dos anos 1980 (o filme foi lançado oficialmente em 11 de junho de 1986) os preços da série 250 ainda não tivessem disparado, o orçamento disponível, cerca de US$ 6 milhões, não permitia bancar três Ferraris, sendo que uma delas voaria da garagem.

(Imagem: divulgação)

Foi então que Hughes contatou a Modena Design, que vendia réplicas da Ferrari 250 GT California Spider por US$ 35.000, enquanto a original já estava na casa dos US$ 250.000.

Aficcionados pela Ferrari talvez tenham sacado de cara que naquele carro o para-brisa e as maçanetas internas eram emprestados do Fiat 124, as lanternas vinham do VW Type 3, o para-choque dianteiro era de MGB e que o traseiro era de Karmann-Ghia. Sob o capô havia um Ford V8, enquanto a suspensão dianteira era tomada de um Chrysler e a traseira de um Volkswagen.

(Imagem: divulgação)

O carro vendido no sábado foi o "hero car", usado nas cenas em que o trio passeia pelas ruas de Chicago. Outro ficou apenas com a cena em que um manobrista e seu colega "roubam"o carro e dão um enorme salto, tão alta é a velocidade. Aquele que dispara de ré na garagem, se espatifando no chão, é um terceiro exemplar. Uma California Spider original também foi usada nas cenas que focam no carro, a fim de transmitir a ideia de que se tratava realmente de uma Ferrari.

 

Sobre o autor

Rodrigo não Mora apenas nos Clássicos. Em sua trajetória no jornalismo automotivo, já passou por Auto+, iG, G1, Folha de S. Paulo e A Tarde - sempre em busca do que os carros têm a dizer. Hoje, reúne todos - clássicos e novos - nas páginas das revistas Carbono UOMO e Ahead Mag e no seu Instagram, @moranoscarros.

Sobre o blog

O blog Mora nos Clássicos contará as grandes histórias sobre as pessoas e os carros do universo antigo mobilista. Nesse percurso, visitará museus, eventos e encontros de automóveis antigos - com um pouco de sorte, dirigirá alguns deles também.