Topo

Mora nos Clássicos

Pesadelo de Senna, Williams de Nigel Mansell é arrematada por R$ 13 milhões

Rodrigo Mora

06/07/2019 07h45

(GOODWOOD) – Um Williams-Renault FW14B pilotado por Nigel Mansell na temporada de 1992 da Fórmula 1 foi arrematado por £ 2.703.000, equivalente a R$ 13 milhões. Concretizada durante o Goodwood Festival of Speed, na Inglaterra, a venda ainda marcou um recorde: trata-se do Williams mais caro já leiloado, segundo a Bonhams. 

Williams FW14B (Imagem: Bonhams/divulgação)

"Depois de uma acirrada disputa de três lances internacionais, o Williams-Renault foi arrematado por um renomado colecionador particular", disse a casa de leilão, sem revelar o nome do comprador.

A história do FW14 começou em 1991, quando o desenhista Adrian Newey (hoje na Red Bull) e o engenheiro Patrick Head se juntaram para desenvolver aquele que instantaneamente se tornaria o carro de Fórmula 1 mais avançado de todos os tempos. Equipado com um 3.5 V10 (760 cv a 14.200 rpm), naquela temporada já contava com transmissão semiautomática, mas ainda tropeçava em constantes quebras. Ayrton Senna foi o campeão e a McLaren venceu entre os construtores. Mansell foi o vice.

Williams FW14B (Imagem: Bonhams/divulgação)

Em 1992, o FW14 teve a transmissão e o controle de tração aprimorados e recebeu a revolucionária (e polêmica) suspensão ativa, que lhe renderam o apelido de "carro de outro planeta" – era comum Mansell e Ricardo Patrese, o outro piloto da Williams, enfiarem dois segundos nos outros pilotos. Por um breve período, contou até com ABS. Então batizado de FW14B, teve seis chassis construídos, numerados de 6 a 11.

Williams FW14B (Imagem: Bonhams/divulgação)

O exemplar arrematado foi o chassis número 8, que correu 13 das 16 provas da temporada de 1992. Sete dessas corridas com Mansell, que venceu cinco; outras seis com Patrese, que acabou a temporada como vice-campeão. Mansell venceria ainda mais quatro com outro chassis do FW14B, somando nove conquistas no ano. Nas mãos do inglês, o carro estampava o 5 vermelho, enquanto o italiano era identificado pelo 6 branco.

Williams FW14B (Imagem: Bonhams/divulgação)

Segundo a Bonhmans, o FW14B/08 está em perfeitas condições: "tanto o seu motor V10 quanto o sofisticado sistema hidráulico de suspensão ativa foram exercitados".

Em 1993, o FW14B foi sucedido pelo FW15, outra obra-prima da Williams que levou o francês Alain Prost ao seu quarto e último título na categoria. Daí veio o FW16, em 1994, pilotado por Ayrton Senna e sem os recursos tecnológicos que fizeram dos três modelos anteriores os melhores F-1 até então construídos.

 

Viagem feita a convite da Porsche do Brasil. 

 

Sobre o autor

Rodrigo não Mora apenas nos Clássicos. Em sua trajetória no jornalismo automotivo, já passou por Auto+, iG, G1, Folha de S. Paulo e A Tarde - sempre em busca do que os carros têm a dizer. Hoje, reúne todos - clássicos e novos - nas páginas das revistas Carbono UOMO e Ahead Mag e no seu Instagram, @moranoscarros.

Sobre o blog

O blog Mora nos Clássicos contará as grandes histórias sobre as pessoas e os carros do universo antigo mobilista. Nesse percurso, visitará museus, eventos e encontros de automóveis antigos - com um pouco de sorte, dirigirá alguns deles também.