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Mora nos Clássicos

Leilão de Araxá teve de Gol por R$ 12 mil a picape Chevrolet por R$ 120 mil

Rodrigo Mora

13/09/2018 08h53

(ARAXÁ) – Além da exposição de clássicos, o encontro de Araxá – cujo nome oficial nesta 23a edição é Brazil Classics Renault Show – também promoveu seu tradicional leilão. Faço aqui um recorte sobre os veículos nacionais arrematados pelos maiores e menores valores.

O mais caro deles foi uma Chevrolet 3100 "Marta Rocha" 1956, vendida por R$ 120 mil. Segundo o anunciante, a picape foi restaurada, mantém mecânica original, caçamba e para-lamas idem e seu interior foi refeito guardando o padrão original. De quebra, traz seu ano de fabricação na placa (preta, obviamente).

Na sequência vem uma Kombi Standard 1968, arrematada por R$ 91.000, que desde sempre pertencera ao convento mineiro Santo Antônio de Pádua. Era usada apenas internamente e em raras viagens, o que explica a pintura 100% original e os 28.000 quilômetros rodados.

"Veículo restaurado no mais alto padrão de originalidade, câmbio e motor 1.600 cm3 totalmente revisados. Possui as duas plaquetas de identificação de fábrica, macaco e vidros originais, além de interior refeito seguindo à risca os padrões originais e com rádio de época", relata a descrição do Karmann-Ghia 1971, arrematado por R$ 81.000.

Opalas estão em alta, daí um Comodoro 1977 (seis cilindros) bater os R$ 60 mil. Quase o mesmo valor do Gol GT 1986 vendido por R$ 62 mil, que nunca passou por restauração e ainda carrega faróis, lanternas e vidros originais.

As pechinchas também apareceram no leilão de Araxá. Um Fiat City Pick-up 1987 por R$ 15 mil é algo a considerar, como bem considerou o comprador da simpática picape em "bom estado de conservação, com alto índice de originalidade".

Ford Versailles que foi do "Rei do Galaxie" saiu por R$ 15 mil (Foto: Talladega Motors/Divulgação)

Mesmo valor um lojista de São Paulo mandou no Ford Versailles Ghia 1993, cujo primeiro proprietário foi Arno Henrique Berwanger (1927-1997), conhecido como "Rei do Galaxie". O empresário gaúcho (dono de uma concessionária Ford em Novo Hamburgo) montou o Museu do Galaxie, em 1988, e chegou a ter 22 modelos, entre eles um Landau 1983 com 10 quilômetros rodados. Quando não queria rodar com o gigante de 5,3 metros de comprimento e 2 de largura, montava no mais prático e econômico Versailles.

Me pareceram outros bons negócios um Fusca 1978 por R$ 14 mil e um Corcel I Luxo, 1976, que saiu por R$ 13 mil. O compacto da Ford teve apenas três donos até aqui, cuidadosos e sensíveis o bastante para guardar a nota fiscal da compra do carro, que vai de brinde.

O mais barato, enfim, foi um Gol BX 1983, com motor boxer refrigerado a ar, "unrestored", arrematado por R$ 12 mil.

Gol BX 1983 foi leiloado por R$ 12 mil em Araxá (Foto: Talladega Motors/Divulgação)

E como funciona esse negócio de leilão, afinal?

Tal um desfile de moda, os carros se exibem para uma plateia. Há os que estão ali pela diversão e os que buscam bons negócios – ou simplesmente um clássico pra chamar de seu. Só quem se inscreveu previamente pode dar lances. Quem der o maior lance acima do valor de reserva (o preço mínimo pela qual o vendedor aceita vender o carro), leva.

"O leilão aproxima vendedores e compradores, que eventualmente não comprariam pela internet e ali podem fazer uma vistoria presencial do produto. E há a tranquilidade da documentação, pois somente vão a leilão carros livres de processos judicias", explica José Paulo Parra, da Talladega Motors, responsável pelo leilão de Araxá – o último de 2018.

 

Viagem a convite da Renault.

Gol GT 1986: R$ 62 mil

 

 

Sobre o autor

Rodrigo não Mora apenas nos Clássicos. Em sua trajetória no jornalismo automotivo, já passou por Auto+, iG, G1, Folha de S. Paulo e A Tarde - sempre em busca do que os carros têm a dizer. Hoje, reúne todos - clássicos e novos - nas páginas das revistas Carbono UOMO e Ahead Mag e no seu Instagram, @moranoscarros.

Sobre o blog

O blog Mora nos Clássicos contará as grandes histórias sobre as pessoas e os carros do universo antigo mobilista. Nesse percurso, visitará museus, eventos e encontros de automóveis antigos - com um pouco de sorte, dirigirá alguns deles também.